sábado, 29 de maio de 2010
12:34

A verdade era irreparável. Ela sabia disso, e não sabia o que fazer. Ela devia apenas sentar e chorar? Gritar, espernar, morrer? Não tinha o que fazer. Não havia nada que ela pudesse fazer, e que fosse dar resultado.
Sentou-se em sua cama. Olhou para seu próprio reflexo, e se sentiu ridícula. Presa naquele corpo pra sempre. Nunca fora tão duro admitir que ela era ela mesma, sempre fora e sempre seria. Não tinha como ela ser outro alguém. Alguém que não fosse odiado por todos que amava.
Ela não podia continuar olhando para seu reflexo. Via beleza, sim, mas via alguém que ela não queria mais ser. Deitou-se, chorando. Seus olhos estavam vermelhos, seu cabelo, bagunçado, mas nada mais importava. Ela nunca desejara com tanta intensidade nunca ter nascido.
- E se... - ela se perguntou - eu realmente não existisse mais?
Ela se jogou da cama, então. Bateria com a cabeça na quina da mesinha e morreria. Pareceria um terrível acidente.
BAM!
Ela ainda estava viva. Murmurou alguns palavrões costumeiros, e ficou lá, deitada no chão frio, sentindo uma dor lacinante na testa. Ficou lá, respirando, ouvindo o som silencioso daqueles que se importavam.
De repente, um estampido. Alguém tinha descido ao seu lado. Peraí, DESCIDO? Pela janela? Mas ela estava no 3° andar!
Levantou-se e virou-se vagarosamente.
Não, não era ilusão. Ali, na sua frente, havia um homem que ela nunca vira na vida. E ele era tão bonito...

Chegou a conclusão que ficara louca. Homens lindos com roupas de couro simplesmente não aterrisam no quarto de garotas chorando porque a vida delas é simplesmente uma grande porcaria. Talvez a pancada tivesse a enlouquecido, afinal de contas.
- Olá, Jannie. Sou Leah. - ele disse. Sua voz era rouca. Ela amava vozes roucas.
- Você é uma ilusão? - perguntou. Ele riu. Seu sorriso era cheio de dentes brancos e retos.
- Não. Sou bem real, na verdade. Vim te fazer uma proposta.
- Vai me pedir em casamento, é? Hehe - disse ela. Depois se tocou que fora a coisa mais idiota que podia dizer. Ah, dane-se também. Sua cabeça não parava de latejar.
- Não. - ele respondeu, erguendo as sombrancelhas. - VIm te propor algo que está escrito pra você desde quando nasceu. Você pode ser uma Solitária.
- Aquele bicho que faz uma doença, lá?
Ele pareceu não entender o que ela estava falando. Ótimo, mesmo.
- Solitários são pessoas imortais, que podem ficar invisíveis, se teletransportar, ver o futuro e controlarem os quatro elementos.
- Hãa, o que?
- Você pode ser ou não. Isso significa que você será sozinha para sempre, mas poderá controlar tudo que quiser. Poderá SER tudo o que quiser.

Ela parou e pensou por alguns momentos. Há uma semana atrás, jamais escolheria isso. Sozinha para sempre? Nunca. Mas agora, pensando bem, ela já estava fadada mesmo a ser sozinha para sempre. Todos aqueles que a amavam, todos, tinham ido embora... Deixado de se importar.
Ela estava sozinha de qualquer maneira. Aceitar seria a porta para, pelo menos, ter alguma coisa da qual pudesse se orgulhar. Algo que a distraísse.
- Então? - perguntou ele. Ela estava temerosa.
- Eu... eu aceito. - respondeu. Ele a olhou, e a entregou um colar.
- Ponha. - ordenou. Ela o obedeceu. O colar tocou sua pele. Seu coração martelou uma vez, duro, espremendo duas lágrimas quentes de seus olhos...
E depois não bateu mais. Ela devolveu o colar a ele, que sorriu. Ela estava morta, no entanto, mais viva do que nunca. Podia sentir o poder e a mágoa gritando em seu interior. Virou para olhar Leah mais uma vez, mas ele sumira.

Dane-se, pensou. Ia começar a testar seus novos poderes. Tudo o que ele lhe dissera parecera irreal. Mas e daí, ela sempre teve uma forte tendência a acreditar nas pessoas. E isso a levara para o fundo do poço.
Mas ia fazê-la emergir novamente, e ela iria até o mais alto possível.

Fez água, fogo e terra surgirem do nada. Controlou o ar para que ele movesse as folhas. Voou até o mais alto que pôde, e depois caiu, ordenando que o ar lhe segurasse pouco antes de tocar o chão. Visitou todos os lugares que pôde. Voar a fazia se esquecer de tudo que passara. Mas, quando aterrisava, uma nova força se apoderava do seu coração. Angústia.
E ela voava de novo. Não soube dizer por quanto tempo ficou assim, mas sabia que não podia passar a eternidade toda voando, e tentando se distrair ao máximo de preocupações. Ela deveria acabar com elas de uma vez.

Voltou para sua cidade natal. Voltou para o lugar onde tinham a magoado. Voltou para aqueles que haviam quebrado o seu coração em um milhão de pedaços.
- Olá. - disse, quando os avistou. Ambos a olharam com horror e desprezo.
- O que está fazendo aqui? Já disse, Jannie, tudo acabou. - disse ele.
- Não, tudo não acabou. - falou Jannie com raiva.
- E o que você vai fazer?
- Isso - disse ela, e ordenou que o ar levasse os três para o alto. Ambos a olhavam, assustados, e ela sorriu. Começaram a tremer de frio, e ela sorriu mais diabolicamente ainda. Depois, os deixou cair. Mas, no último segundo, os resgatou. Não sabia se por compaixão, ou se por vontade de torturá-los ainda mais.
Talvez fosse a segunda opção.

Pediu para que a água os levasse de um lado para o outro. Depois fez com que o fogo quase os matasse de calor. Depois, os encheu de terra e lama. Sentia um prazer hediondo em fazer isso, e não conseguia parar.
Não soube por quanto tempo ela passou os torturando. Depois de um tempo, eles pararam de gritar. E então, ela deu o golpe final. Os dois, então, mortos.

Quando viu aquelas duas faces que tanto amava no chão o que sentiu, não foi vingança ou satisfação, foi simplesmente... remorso. Horror a si mesma. E ela se odiou. Se odiou mais do que se odiara a vida toda.
Correu até um penhasco, e se jogou. Veria se sua imortalidade duraria uma queda daquelas. Quando quase tocava o chão, ouviu alguém falando.

- Jannie? - então ela abriu os olhos. Eram os dois. - O que aconteceu? O que é isso na sua cabeça?
- Eu morri?
- Morreu o que, sua maluca? - falou ela. - Jannie, queríamos nos desculpar.
- É. - disse ele. - Fomos rudes demais com você. Você, hã, não merecia isso.
Jannie se sentou, e olhou para os dois. Não havia como negar aquilo. Eles a olhavam tão preocupados. Sorriu, então. E os abraçou. Era tudo que ela precisava para estar feliz de novo. Não eram poderes, nem a imortalidade. Tê-los era a melhor coisa que podia lhe acontecer.

Pauta pro Once Upon a Time

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terça-feira, 25 de maio de 2010
09:40

você não a merece. ela é muito mais do que você jamais vai merecer.



o que sua ~~popularidade~~ fez pra você? contatos? amiguinhos? nada, nada que possa ser comparado ao amor dela. então, faz um favor? pare de ser um completo inconsequente e veja que tem alguém muito precioso que te ama, que quer você, e você tá aí, nem liga.

sabe do que? eu espero que um dia ela ache alguém que dê valor pra ela. e que daí você vê a sua burrice infinita.











ai querido, você é uma anta. e vai perder aquela que te ama mesmo você sendo assim.

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segunda-feira, 24 de maio de 2010
12:13

é como se tivessem colocado uma pedra dentro do meu coração













alguém por favor diga que isso é um pesadelo

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sábado, 22 de maio de 2010
11:35

Me sinto como se tivesse um buraco no meu peito, um buraco bem no lugar do meu coração.
E esse buraco vai tomando conta de mim, tomando conta da minha vida, de repente não sinto fome, nem sono, nem vontade de fazer nada. Tudo reflete o meu vazio interior.

Eu podia fazer um milhão de coisas. Mas eu não quero fazer nada. Tudo gira em volta de coisas que eu não posso consertar. E tudo parece tão absurdamente ridículo. É como se eu estivesse vazia. É como se nada fizesse sentido.
E ás vezes eu esqueço disso. Ás vezes eu começo a agir como se tudo estivesse normal. E daí eu me lembro que tudo não está normal. Daí é como se eu estivesse subindo uma escada, e daí os degraus acabaram, e eu não sabia. É um passo em falso. É um momento de compreensão súbita da realidade.
E o vazio volta. Ele apenas estava ali, escondido, e daí ele volta. E eu não tenho mais vontade de fazer nada.

O que eu posso fazer? Não me ocorrem soluções. Mas eu não quero ficar assim pra sempre. E eu não quero esquecer. Eu não quero que chegue a hora na qual eu não vou mais me importar.
Não quero que chegue o momento que você queira me apagar da sua vida.
Porque, afinal de contas, nunca vou conseguir te apagar da minha.



Ah, eu te amo tanto. Por mais que doa. E agora dói mais que nunca.

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sexta-feira, 21 de maio de 2010
14:22

Eu estava cansada daquilo tudo. Cansada de me importar, e só me ferrar. A verdade é que eu queria fugir, fugir de uma realidade imutável e ridícula, que só me magoava.
Sem querer parecer mimada, mas as coisas não estavam mesmo indo do jeito que eu desejava. Tudo parecia absurdamente ridículo, e eu não fazia a menor ideia de como mudar isso. A não ser...
Seria uma maneira rápida de terminar as coisas, não é? Morrer. Já que eu não conseguia consertar nada, e a probabilidade de eu realizar algum dos meus sonhos era tipo, zero. Morrer seria menos doloroso e magoável. Pelo menos pra mim.
Mas, de qualquer maneira, isso seria egoísta. E patético da minha parte. Porque, basicamente, eu iria morrer por causa de minhas incompetências e por causa de uma pessoa. Isso aí, umazinha. Não seria, tipo, todo o meu círculo social (não que ele seja extenso, claro). Apenas uma pessoa, mais a minha mania de ficar me achando um lixo completo, isso ia tirar a minha vida.
Porque até parece muito simples e sensato pra mim. Uma coisa completamente normal, uma saída simples, que não me magoaria nada. Ou doeria.

Pelo menos não em mim. Mas a verdade é que doeria em outras pessoas. Naquelas que realmente não me magoariam. E, falemos a verdade, eu morrer só seria uma tentativa de magoar quem tinha me magoado. Fazê-lo se importar.
Ou se sentir culpado.
E eu não queria isso. Eu me importava tanto com essa coisa toda, que a verdade é que morrer podia ser a melhor saída para mim, mas não seria para os outros. Eu ia acabar magoando quem eu não queria, e ferindo quem eu menos queria ferir.

E era isso que eu faria. Eu levaria o fardo da vida por eles, por eles que faziam tudo valer um pouco mais a pena.

Pauta pro Once Upon a Time. E é ficticio, eu não estou suicida.

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sou a joubs, tenho 16 anos, sou uma bagunça e amo harry potter. não sou revoltada, ou cheia de personalidade, como parece. sou antissocial, idiota e geralmente rio das coisas mais estúpidas que existem.

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she's a natural disaster. tirei o nome da música 'last of american girls', do green day. o nome é porque eu sou um desastre natural. e ah, eu posso responder seus comentários ou não, cansei de ser simpática.
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