sábado, 12 de junho de 2010
07:39

Eu estava na pista de patinação, socando algumas garotas do time oposto, quando vi alguém MUITO deslocado na multidão.
Quero dizer, ele estava de suéter. SUÉTER. Numa arquibancada de ROLLER DERBY. Ninguém de suéter vai ver um monte de garotas de minissaia e meia arrastão se socando numa pista de patinação.
Fiquei tão atônita ao vê-lo que alguém me deu uma cotovelada e eu caí. Genial, mesmo.
De qualquer maneira, nós ganhamos. Nós sempre ganhamos.

Finda a partida, eu estava passando lápis de olho, ainda de patins, quando uma garota de uns 13 anos chega pra mim e grita:
- AH MEU DEUS, É A J. THUNDER! EU DISSE QUE ÍAMOS ACHÁ-LA, ERIC! - eu olhei pra cima. J. Thunder sou eu. E, para a minha surpresa, o tal cara do suéter estava com a menininha.
Ela parecia ser muito fã de roller derby, mas ela ainda tinha 13 anos. Seu cabelo era castanho claro e cheio de mechas coloridas, feitas com papel crepom, provavelmente. Seus olhos estavam com uma sombra colorida, e ela usava uma camiseta da Hello Kitty. Só que a Hello Kitty tava toda desenhada, cheia de sangue.
- Camiseta legal. - eu disse. Porque era mesmo. Muito legal.
- Obrigada, eu que fiz. - disse a menina. - Meu nome é Kim... Lola. E eu acho você, tipo, incrível. Pode autografar meu...
- PATIN! Ela quer que você autografe, er, os patins dela. - disse o cara do suéter. Ela olhou pra ele, decepcionada, mas não disse nada.
- Mas Eric, eu NÃO tenho patins. - comecei a rir.
- Não vejo problema em autografar os peitos dela. - eu disse. Ele arregalou os olhos e ficou me olhando por alguns instantes, como se eu fosse uma grande aberração. Ah, olha só quem tava falando. Ele veio com um suéter pro evento mais cool do mundo.
- Mas eu vejo. Vou comprar patins pra você, Kimberly, já volto. - Ele sorriu e foi até a mulher que vendia patins. Eu sorri pra garota.
- Kimberly, hein?
- Não ligue pra ele... Ele certamente perdeu as aulas de como ser legal.
- Tenho certeza que ele consegue ser bem legal quando quer. - eu disse. Ah, oras, eu realmente não diria algo assim para um cara de suéter. Mas sei lá, ele tinha me passado uma impressão muito boa. Uma impressão boa demais.
- Aqui estão, maninha. - ele disse, olhando para ela. Ele trazia um par de patins BRANCOS.
- BRANCOS, ERIC? SERÁ QUE VOCÊ NÃO TEM NENHUMA NOÇÃO DE ESTILO? - ela começou a gritar.
- Eu achei eles muito bonitos. Queria um com algumas estrelas, mas estava muito caro. - eu comecei a rir. Ele não podia estar falando sério.
No final das contas, ele trocou os patins brancos dela por uns roxos. Ele ainda parecia meio decepcionado com aquela coisa toda, mas ela parecia feliz demais pra se importar. Autografei os patins dela e eles foram embora.

Uma semana depois, final do campeonato, eles voltaram. Ganhamos de novo, e dessa vez ele não estava de suéter.
- OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI KIMBERLY! - eu disse, ela pareceu que ia morrer de emoção. Quero dizer, eu não me lembro de todos os fãs. Mas eu lembrava do cara do suéter. Lembrava muito dele, e isso me assustava.
- Eu quero aprender a patinar. - ela me disse, séria. Eu pisquei pra ela e disse, mais se dirigindo a Eric do que a própria Lola:
- Pra ser uma Derby Girl, você precisa ir numa festa Derby.

Para minha surpresa, Eric conseguia ser MAIS deslocado ainda numa festa Derby. E eu achei que isso fosse impossível. Ele passou a festa toda tomando água, e supervisionando a irmã. Qual é o problema desse cara?
- E aí Eric. - eu disse, chegando perto dele.
- Não aprovo esse negócio de Derby.
- Eu percebi isso, meu queridinho. Mas Derby não é só um esporte nos quais um bando de garotas de minissaia ficam se socando, é um estilo de vida.
- Grande estilo de vida, minha irmã vai virar uma depravada.
- Não vai não, ela vai virar uma mulher independente. Derby nos ensinou que não precisamos de homens, nem de roupas legais, ou de celulares caros. Tudo que precisamos nós já temos: delineador, meia arrastão, um par de patins, e é claro, nós mesmas. - ele bufou.
E então, eu o beijei . Ele tinha gosto de bala de menta. Ele me olhava assustado.
- Não importa o quanto tente ser bom não dá pra segurar uma garota má. - eu disse, sorri pra ele e fui autografar mais alguns patins brancos com estrelas. Fala sério.

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quarta-feira, 9 de junho de 2010
14:38

Me desculpe por te incomodar, mas isso está acabando comigo. Eu sei que parece exagerado e completamente melodramático, mas talvez as coisas sejam mesmo assim. Quero dizer, porque te ver todos os dias e ver que tudo está essa completa porcaria... isso é mais do que eu posso aguentar. Eu posso parecer absurdamente feliz e tudo, mas a verdade é que eu não estou feliz. Cada vez que eu vejo que você não fala comigo é como se uma realidade fria e imutável desabasse sobre minha cabeça. É como se não existisse mais esperança nenhuma.
E sabe, eu tento ser eu mesma, tento ser espontânea a ponto de te fazer lembrar de todas as minhas qualidades. Mas como? Desde que tudo isso aconteceu, eu não consigo lembrar nem pra mim mesma. A verdade é que você tem um controle sobrenatural sobre meus sentimentos, e a maneira que eu vejo as coisas. É como se eu não conseguisse me ver da mesma maneira. É como se tivesse algo permanentemente de errado comigo, e essa coisa se manifestasse de tempos em tempos. Porque, convenhamos, para você estar me ignorando, e apenas a mim, deve haver algo de muito errado comigo.
Não, isso não é um drama. Eu não quero que você chegue e diga que eu estou errada e tal. Porque, sinceramente, eu sei que você não vai fazer isso. E eu não sei que tipo de revolução eu estou esperando depois de tudo isso. É que...
tá, eu sinto sua falta. Muito. E vou me agarrar em qualquer esperança pra te ver do meu lado de novo. E não apenas porque vou me sentir melhor comigo mesma nem nada, mas é porque eu gosto de você. Pra caramba. E me ver sem você é mais do que eu posso aguentar.

Me desculpe por tomar o seu tempo, mas acredito que custa muito pouco para você ler isso, se comparado a o que eu venho sentindo todos os dias.

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terça-feira, 1 de junho de 2010
09:14

O barulho de papel rasgando era praticamente ensurdecedor. Era como se memórias antigas estivessem sendo destruídas lentamente, era como se uma parte minha estivesse sendo, aos poucos, esmigalhada.
O que eu podia fazer? Nada. Essa era a verdade dura e irreparável. Ás vezes existem coisas que nós simplesmente não podemos mudar. E mesmo assim eu sempre tento. Sempre tento agir positivamente, mesmo que a verdade grite na minha frente.
No meu santuário de memórias estraçalhadas, eu me sentia destruindo o futuro. Era como se eu fosse me arrepender de tudo aquilo depois. Mas não havia porque se arrepender, porque nada ruim aconteceria. Nada pior poderia acontecer. Nada.
E eu tinha que me acostumar com essa situação. Aprender a viver com ela. Porque nada, nada iria mudar.

Despertando-me do meu devaneio, ouço o telefone tocar. Tinha certeza que seria alguma propaganda, um telefonema para minha mãe, não sei. Minha animação ao atender o telefone foi tão pouca que quem estava da outra linha se assustou.
E eu também, quando ouvi sua voz.
- Achei que você não se importasse. - falei. Dois segundos depois, me arrependi.
- O que você queria falar comigo hoje?
- Eu não sei. Talvez eu tenha uma fraqueza por causas realmente perdidas.
- Causas perdidas?
- Você é uma causa perdida.Você é o meu maior sonho que nunca vai se realizar.
Parei por uns instantes, ouvindo apenas a respiração dele, depois acrescentei:
- Eu sinto sua falta. Mais do que você jamais poderá imaginar.

E então eu desliguei. Porque era a verdade. Nada poderia mudar a realidade. Eu teria que conviver com ela, e ele era sortudo por não precisar.
Abandonei as fotos rasgadas. Talvez estilhaçar aquelas memórias fosse uma maneira minha de tentar aliviar a dor de uma ferida que jamais cicatrizaria.

Pauta pro Letra e Música. E ah, eu fiquei tão orgulhosa de mim, 2° Lugar no OUAT *o*

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sou a joubs, tenho 16 anos, sou uma bagunça e amo harry potter. não sou revoltada, ou cheia de personalidade, como parece. sou antissocial, idiota e geralmente rio das coisas mais estúpidas que existem.

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she's a natural disaster. tirei o nome da música 'last of american girls', do green day. o nome é porque eu sou um desastre natural. e ah, eu posso responder seus comentários ou não, cansei de ser simpática.
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