O que eu podia fazer? Nada. Essa era a verdade dura e irreparável. Ás vezes existem coisas que nós simplesmente não podemos mudar. E mesmo assim eu sempre tento. Sempre tento agir positivamente, mesmo que a verdade grite na minha frente.
No meu santuário de memórias estraçalhadas, eu me sentia destruindo o futuro. Era como se eu fosse me arrepender de tudo aquilo depois. Mas não havia porque se arrepender, porque nada ruim aconteceria. Nada pior poderia acontecer. Nada.
E eu tinha que me acostumar com essa situação. Aprender a viver com ela. Porque nada, nada iria mudar.
Despertando-me do meu devaneio, ouço o telefone tocar. Tinha certeza que seria alguma propaganda, um telefonema para minha mãe, não sei. Minha animação ao atender o telefone foi tão pouca que quem estava da outra linha se assustou.
E eu também, quando ouvi sua voz.
- Achei que você não se importasse. - falei. Dois segundos depois, me arrependi.
- O que você queria falar comigo hoje?
- Eu não sei. Talvez eu tenha uma fraqueza por causas realmente perdidas.
- Causas perdidas?
- Você é uma causa perdida.Você é o meu maior sonho que nunca vai se realizar.
Parei por uns instantes, ouvindo apenas a respiração dele, depois acrescentei:
- Eu sinto sua falta. Mais do que você jamais poderá imaginar.
E então eu desliguei. Porque era a verdade. Nada poderia mudar a realidade. Eu teria que conviver com ela, e ele era sortudo por não precisar.
Abandonei as fotos rasgadas. Talvez estilhaçar aquelas memórias fosse uma maneira minha de tentar aliviar a dor de uma ferida que jamais cicatrizaria.
Pauta pro Letra e Música. E ah, eu fiquei tão orgulhosa de mim, 2° Lugar no OUAT *o*
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